domingo, 9 de fevereiro de 2020

Lugares e Personagens

Guia das cidades
Atrox
Cidade fundada pelo rei Aurix depois da grande guerra. Graças ao talento e criatividade do rei e de seus descendentes para criar novas ferramentas e apetrechos para melhorar a vida das pessoas. A grande cidade de Atrox se tornou a mais tecnológica e a melhor de todas as cidades para se viver de todo o reino. Sempre estando a frente de seu tempo com grandes máquinas voadoras e objetos mágicos nunca vistos em outra parte. As pessoas estão sempre se esforçando em criar coisas novas com suas habilidades, sejam artisitcas, mecanicas ou culinarias.
Todo mês um concurso diferente é realizado entre os artesões para determinar quem são os mais dignos e o vencedor recebe o poder concedido pelo quartzo mágico e a sua habilidade de manipular metais.

Lux
A grande capital do continente, fundada pelo melhor amigo de Aurix o rei Aramus. Localizada quase no centro de tudo. A maior de todas as outras e mais famoso ponto de encontro entre comerciantes e lugar preferido para ser realizado reuniões entre os reis e rainhas de Aurix. Fica rodeado por uma grande floresta onde acreditam-se viver muitas criaturas mágicas e recentemente lugar onde vive a nova tribo slime.
Todos os meses um grande concurso aleatório é realizado chamando a atenção de todos e o vencedor tem a oportunidade de tocar o misterioso Diamante que concede a uns o poder de manipular a luz e em raras exceções concede a outros o poder de manipular as sombras dependendo da alma e sentimentos da pessoa.
Aqueles que adquirem o poder da luz são lembrados como campeões e heróis e constantemente são chamados para ajudar em batalhas pelo reino e missões secretas muito bem remuneradas pela familia real.
Mas os que despertam as sombras são vitimas de enorme preconceito e são muitas vezes banidos da cidade ou as vezes do continente inteiro, obrigando-os a esconder os poderes que ganharam. Isso porque a manipulação de sombras é muito semelhante a usada pelo antigo inimigo na guerra das sombras e acredita-se ainda que aqueles que possuem esse poder adquirem uma maldade sem igual no coração e perdem todos os sentimentos.

Roklua
Uma cidade de guerreiros localizada ao extremo leste do país. Onde os maiores soldados do continente são treinados e mandados para diversas missões de elite requisitada por outros reinos do continente ou em alguns casos fora dele.
Roklua já foi outrora ameaçada por um enorme dragão negro que habitava uma grande montanha nas proximidades. Mas recentemente Auron surgiu e com sua espada aprisionou a besta.
Assim como os outros, Roklua realiza um torneio todo mês entre os melhores guerreiros e o vencedor pode tocar sua pedra guardiã e assim ganhar o poder de manipular as chamas, que segundo o rei Aurix é o elemento da proteção, e aqueles que possuem esse poder tem a obrigação de usa-lo para proteger os mais fracos

Zorah
Sempre muito tradicional e com espirito livre. A capital de Zorah foi construida por tribos nômades nas montanhas do norte próximo ao antigo lar de dragões e por diversas vezes se envolviam em confronto com as feras.
Zorah é um dos maiores pontos turísticos de Aurix. Com uma culinária e música diferenciada que dificilmente se encontram em outras partes.
Apesar de ter um bom exército, o povo é bem pacifico e evita entrar em batalhas desnecessárias. São apaixonados por todo tipo de arte e todo mês criam um grande concurso de uma dessas artes para dar a alguém digno a chance de tocar o grande Rubi do Ar e ganhar o poder sobre o seu elemento.



Guia dos personagens

Auron
O misterioso guerreiro azul. Auron é descendente do antigo herói e amigo de Aurix que conseguiu ser digno de tocar as 12 pedras do poder e ainda sobreviver, ganhando assim o poder sobre todos os elementos. Tal poder nunca foi possível ser manipulado. Os campeões do reino passam a vida toda treinando para conseguir controlar apenas um elemento e muitos não são capazes nem disso. Para ajudar no controle dos elementos, Aurix forjou para o seu amigo uma espada mágica feita de um ótimo metal condutor e quatro safiras banhadas com o sangue de quatro antigos reis dragões que aceitaram ajudar em sua missão. Essa espada ajudava a canalizar o poder e impedir que o portador perca o controle. Espada essa que foi passada de geração em geração entre os descendes desse herói lendário junto com a obrigação de proteger o povo e lidar com ameaças que ninguém mais pode.
Auron é o último descendente dessa familia. Passou a infância toda treinando e perdeu os pais e sua irmãzinha quando tinha apenas 15 anos, e a única coisa que restou foi a lendária espada e o dever da familia.
Atualmente Auron é constantemente chamado pelos reis das famílias reais para conter problemas que ninguém mais consegue.

Zoroak
O príncipe José da cidade Lux. Filho de Astorn. Recebeu o poder do diamante de luz por herança do sangue de sua familia mas nunca se manifestou até ter 17 anos. Era um príncipe amado pela povo e mesmo sem poder algum era um guerreiro formidável capaz de derrotar qualquer soldado ou guerreiro do continente numa batalha. Sinceramente, ninguém se importava na época de ter um rei que não manipulava o poder da luz. Todos o amavam e aceitavam como o seu futuro rei.
Cresceu cercado por vários amigos e servos do palacio que o mimavam desde cedo. Entre essas pessoas tinha uma amizade boa com o príncipe herdeiro de Atrox Eric e Jefenir, o garoto de rua que foi adotado pela familia real que estava sempre junto deles. Isso é, pelo menos até o dia em que Eric e Jefenir resolveram fugir de Atrox e dos deveres reais para se tornarem trovadores e conhecer todo o vasto continente.
José era apaixonado também pela irmã de Eric, a jovem princesa Elizabeth, que era uma das artesãs mais habilidosas de Atrox. E Elizabeth por sua vez, correspondia com os mesmos sentimentos. O rei Garon e a rainha Mercedes apoiavam totalmente esse relacionamento já que as famílias sempre tiveram uma aliança forte e José era um ótimo pretendente.
Até o dia em que em ouviu-se boatos de um grupo de ladrões que ameaçavam uma pequena vila ao sul que fazia parte do reino de Lux. O rei Astorn mandou dez de seus melhores guerreiros para verificar e resolver o problema e junto deles o jovem principe que insistiu em participar.
A missão acabou sendo mais complicada do que eles esperavam e durante uma batalha com os bandidos, José perdeu um de seus melhores amigos e mentor Baroth. O que acabou consumindo o jovem em ódio pelos inimigos e uma sede de vingança enorme dentro de seu coração. E foi nesse momento que o poder do Diamante que estava em seu sangue se manifestou. Mas não foi a energia do elemento luz que todos esperavam que ele fosse despertar. Seus olhos ficaram vermelhos como o sangue e seus cabelos perderam a cor e seu corpo naquele momento foi tomado por uma terrível aura negra, uma marca clara da manipulação de sombras. E com esse poder José destruiu todos os bandidos a sangue frio. Todos os soldados ali se assustaram e se afastaram dele. Ao retornar a cidade, apesar de o rei ter pedido sigilo sobre o que ocorreu, a noticia se espalhou rápido e em pouco tempo todo o reino já sabia do ocorrido. Até porque, todos viam as mudanças que isso tinha gerado ao jovem herdeiro do trono. Todos conheciam bem os detalhes da manipulação das sombras.
E dessa forma o principe querido pelo povo transformou-se em alguém que todos queriam distancia.
Garon, o rei de Atrox ao saber da noticia correu com seus homens para a cidade Lux para falar com o principe e assim desmarcou o casamento entre José e Elizabeth e proibiu o jovem de ver a princesa ou mesmo de ousar pisar novamente no reino do metal.
José sofreu muito naquela época e não entendia o por que de tanto preconceito, até por que ele não sentia mudança nenhuma dentro de si que pudesse ser considerado ameaça.
Com o passar do tempo, seu pai, sua mãe e até seu irmão menor Deigo começaram a trata-lo diferente. Um dia José não aguentou mais e fugiu do palacio e do reino e adotou um novo nome, um nome que ele usava quando era criança em suas brincadeiras com Eric e Jefenir: Zoroak.
Para ajudar, o rei Astorm espalhou a noticia que o filho havia morrido por ataque de um dragão selvagem, Zoroak até se sentiu aliviado por isso.
E durante algum tempo ele andou por ai, de cidade em cidade ganhando dinheiro com a caça de feras nas florestas. E a manipulação de sombras que ele possuía agora ele fez de tudo para esconder. Pintava seu cabelo com tintas que comprava dos mercadores ambulantes e até mesmo quase arrancou a própria mão em uma noite.
Em uma de suas viagens, Zoroak se encontrou com um homem em uma floresta que se encantou com ele. Ele era o grande Mago que ninguém sabia o nome. Uma pessoa que o jovem tinha ouvido falar  apenas em histórias contadas por trovadores. O mago certa vez tinha participado do concurso da cidade Lux e conseguiu o direito de tocar o Diamante. Só que assim como Zoroak, com o tempo o mago recebeu o poder das sombras e foi tratado como discriminação pelo povo e até mesmo sua familia e amigos. Mas o que mais chamou a atenção de Zoroak é que além da marca das sombras, o mago tinha a também despertado a manipulação de luz. O que deu a ele caracteristicas mistas dos dois elementos. Seus cabelos eram dourados com mechas brancas e seus olhos possuiam uma heterocromia entre o vermelho e o azul.
Zoroak então foi convidado pelo misterioso homem para aprender com ele a controlar a manipulação de sombras junto com outras pessoas especiais que ele ensinava dentro das florestas ocultas e quem sabe assim no futuro também desperte a manipulação de luz com ele.
E assim foi, Zoroak foi levado para a floresta onde ali conheceu varias pessoas diferentes que com o tempo passou a chamar de amigos. Cegos, surdos, pessoas sem um ou outro membro, ex-ladrões e mendigos e em especial uma outra garota manipuladora de sombras chamada Unuth, por quem ele iria se apaixonar com o tempo.
Zoroak e Unuth foram treinados pelo Mago e aprenderam com o tempo a não ver mais esse poder como maldição.
Mas mesmo com novos amigos nas florestas ocultas, Zoroak ainda sentia um vazio enorme dentro de si e resolveu certo dia partir em viagem pelo reino para procurar novos manipuladores de sombras e ajuda-los, igual o grande Mago o ajudara no passado.  Unuth, sua amiga e atual namora se animou e quis fazer companhia nessa viagem.
Não foi fácil como ele achava que seria. Zoroak e Unuth enfrentaram muitas dificuldades e apesar de encontrarem alguns manipuladores de sombras, foram decepcionados ao perceber que eles acabaram se tornando aquilo que todos falavam que eles eram, frios e sem coração e matando qualquer um que se aproximasse demais.
Com o tempo o coração de Zoroak foi se enchendo de tristeza e sofrimento novamente. "Talvez..."Ele pensava "Talvez nós sejamos assim mesmo, talvez seja pra isso que tenhamos recebido esse poder". Mas Unuth, com seu coração puro e sempre vendo o melhor em cada pessoa tentava tirar esses pensamentos de sua mente.
Em uma de suas viagens os dois jovens esbarraram em um antigo conjunto de relíquias antigas conhecidos como os anéis das sombras. Cinco anéis, cada um com um poder descomunal diferente. Tinha um anel que permitia dar vida a objetos inanimados, outro que transformava humanos em suas verdadeiras formas, que muitas vezes eram um animal ou planta, tinha outro que tinha a habilidade de silenciar seres vivos, deixando-os surdos e mudos, um outro permitia teletransportar o usuário para qualquer lugar que ele quisesse, desde que já tenha ido a aquele lugar anteriormente. E o ultimo anel que tinha o poder de tirar a vida de algo ou alguém, esse Zoroak e Unuth testaram em uma árvore e ao descobrir seu poder juraram nunca usa-lo.
Os dois jovens se divertiram com o novo poder, indo a todos os lugares que queriam e algumas vezes calando a boca de quem falasse mal deles. Zoroak usou o poder do anel da vida para criar uma cidade inteira de goblins feitos de pano que os ajudavam a conseguir comida novas ferramentas para conforto.
Com o tempo, Unuth percebeu que os anéis estavam consumindo a mente de Zoroak e ele estava cada vez mais insensível. Mais frio e sem se preocupar com ninguém além deles. Esqueceu completamente a missão de ajudar outros manipuladores de sombras e em algumas vezes até usava o poder dos anéis para transformar pessoas em insetos ou aves.  E algumas vezes ele não se importava em ferir gravemente aqueles que os desafiavam.
Os dois acabavam brigando feio e acabaram se afastando, cada um para o seu lado. Mas apesar da briga, Zoroak ainda amava Unuth, essa talvez seja a única pessoa com quem ele ainda se importava, então para que a jovem não se sentisse sozinha, deixou com ela o anel da vida.
As coisas só pioravam para o jovem com o tempo, só sofrimento, até o dia em que consumido pela raiva e lembranças do passado, ele resolveu se vingar de um antigo rei que o havia feito sofrer. E juntando o seu exército de goblins e alguns manipuladores de sombra de sangue frio que encontrava anteriormente começou o seu plano para atacar Atrox. O primeiro passo, foi usar o anel do Silencio em seu poder máximo para silenciar todo o reino.

Eric
O príncipe herdeiro de Atrox. Eric nunca gostou disso, não gostava do palacio, das obrigações e da formalidade a todo o tempo. Então sempre que possível ele ia vestido como plebeu para a cidade e ali aprontava e se divertia como uma criança normal. E em uma dessas fugas, o jovem acabou encontrando um garoto de cabelos longos desgrenhados que ganhava uns trocados tocando seu violino na praça toda manhã. Seu nome era Jefenir e era um dos músicos mais habilidosos que o jovem já tinha visto, melhor até que os que tocavam na corte. Sem perder tempo Eric logo pegou seu Alaúde e se aproximou de Jefenir acompanhando no instrumento a música que o violinista tocava. A sincronia foi imediata, era como se estivessem tocando juntos a vida inteira e desde esse dia se tornaram grandes amigos.
Eric se apresentou depois como sendo príncipe de Atrox, o que fez Jefenir relutar um pouco em ser seu amigo, até por que, um príncipe não deveria ser amigo de um órfão que vivia nas ruas.
Para resolver esse problema Eric no mesmo dia conversou com seus pais, que mesmo um pouco relutantes aceitaram conhecer o rapaz de que o filho falara. Eles relutaram um pouco, mas depois de ver o garoto tocar o seu pequeno violino acabaram aceitando ele na corte, desde que Eric começasse a se dedicar mais a seus deveres como príncipe e parasse de fugir para a cidade.
Como relutância ele aceitou. Mas claro que não durou muito, e depois de alguns meses os dois voltaram a fugir de manhã quando os guardas não estavam vendo (ou pelo menos fingiam que não viam) e se dirigiam para a praça ou para a taberna da cidade para tocar todos as músicas originais que escreviam juntos.
Essa era a vida que eles gostavam, viver da música era o sonho deles e por mais que o rei e a rainha proibissem isso não conseguiam conter o espirito rebelde dos jovens.
Jefenir e Eric tinham muitos amigos entre a realeza. Em especial com a familia de Lux. Eric sempre aprovou o relacionamento da irmã com seu amigo José. Ele admirava muito o amigo por suas habilidades com a espada e seu jeito de comandar soldados. O tipo de principe que todos queriam que ele mesmo fosse.
Quando Eric e Jefenir eram adolescentes (por volta de uns 17 anos) eles resolveram levar o seu talento para o mundo e partiram no meio da noite com os instrumentos. Seu objetivo era claro: viajar pelo mundo todo, viver todo tipo de aventura e levar sua música para todo canto.
Ele não acreditava que teria problema, até por que na pior das hipóteses José se casaria com Elizabeth e seria rei em seu lugar.

Lia
Nascida em uma humilde familia de Godres, a pequena Lia começou a apresentar sinais de surdes quando tinha 2 anos. Vitima de uma grave e desconhecida doença, os pais não tinham condição de manter uma criança com deficiência na época por muito tempo, então a mandaram para um orfanato em Atrox.
Lia não durou muito, ela odiava o lugar e a forma como a tratavam. Crianças normais eram tratadas das melhores formas e sempre conseguiam uma familia rapidamente. Muitas pessoas em todo o continente buscavam crianças para alegrar suas famílias ou ajudar nos deveres domésticos. Mas Uma criança com deficiência era vista com maus olhos e tratada diferente dos outros. Os seus professores simplesmente fingiam que ela não existia e simplesmente a alimentavam davam roupas e fingiam que não existia. Nem o nome na lista de chamadas a jovem tinha.
Com 7 anos, ela não aguentava mais isso, e fugiu de la. Algumas pessoas donas do lugar, até viram a jovem correr para longe, mas não fizeram nada. Pois não se importavam que uma criança deficiente e que nunca seria adotava morresse em algum lugar nas montanhas ou devorada por feras nas florestas.
Mas a sorte sorriu para a pequena garota. E quando estava ainda andando pelas florestas ocultas morrendo de fome, esbarrou um pequeno ajuntamento de cabanas, onde pessoas de todos os tipos andavam de um lado a outro apresadas.
A primeira que viu a garota se aproximando, foi uma outra jovem chamada Sandry, que tinha 15 anos na época. Sandry se aproximou dela falando perguntando quem era ela e o que fazia por ali. Mas Lia não respondia. Ignorava a jovem que se aproximava olhando para os lados distraída assim como tinha sido ensinada no orfanato.
Depois de olhar de perto, Sandry percebeu que a garota era diferente mas não sabia o que estava de errado com ela ainda.
Lia tentou responder, falar algo, mas não saiu nada que desse pra entender de sua boca. E logo Sandry entendeu, ela apontou para seu próprio ouvido e balançou a cabeça negativamente com expressão de interrogação.
Lia entendeu a pergunta, e acenou com a cabeça confirmando que não podia ouvir. Ela meio que já esperava que seria mandada embora dali, assim como aconteceu em alguns lugares por onde passava antes. As pessoas não gostavam e rejeitavam o que era diferente.
Mas Sandry sorriu para a pequena e a pegou pelo braço gentilmente e a levou para dentro da sua casa onde prometeu que teria algo para comer.
A pequena Lia estava cansada, a assim que acabou de comer Sandry a levou para sua cama para que dormisse um pouco.
Logo pela manhã quando acordou ela foi levada para o grande Mago que cuidava daquela floresta e que já tinha sido informado sobre a situação.
Lia nunca havia conhecido um homem mais amoroso que aquele. Ao olhar para ela ele já imaginava o que tinha acontecido. Ele conhecia muitos jovens que haviam fugido do orfanato em Atrox por serem diferentes e acolheu a criança. Ensinou ela a língua de sinais e disse que ela não deveria ter vergonha de usa-la com as pessoas da floresta, pois faria questão que boa parte deles dominassem essa língua também, apesar de saber que nem todo mundo ia se interessar por isso.
E em pouco tempo Lia começou a aprender sobre alquimia, ervas medicinais, matemática, línguas, histórias e tudo o que se ensinava para as crianças ali.
As florestas ocultas eram um lugar especial, onde o mago acolhia pessoas diferentes de todas as partes do mundo e as ensinava o que sabia para que pudessem ter uma vida normal e serem felizes com sigo mesmos. Logo, ninguém jugava a pequena Lia por ser diferente por ali. Até por que, todos eram diferentes, tinham cegos, pessoas sem um ou outro membro, mendigos, pessoas que foram exiladas de seus reinos e não tinham pra onde voltar. Mas ela era a primeira surda que recebiam, mas ninguém a tratava diferente.
As aulas eram difíceis, mas a professora (que no caso era a própria Sanndry) fazia todo o possível para inclui-la em tudo. E com o tempo, enquanto Lia ia crescendo, ela adquiriu o desejo de ajudar os outros, e então começou a estudar para ser uma curandeira. E a ideia foi muito bem recebida por todos os outros. Ela era inteligente, e aprendia rápido. Não demorou muito para ser uma das melhores curandeiras daqueles lugar.

Unuth
Seu pai era um valoroso soldado de Roklua, que tinha certa vez participado de um torneio de espadachins em Lux e ganhou o direito a tocar a pedra mágica e receber o seu poder da Luz que não demorou muito para se manifestar. Sir Joraq era o seu nome. Ele ganhou fama entre os soldados e era muito apreciado pelo rei de fogo. Com o tempo Joraq se apaixonou por uma camponesa de Roklua chamada Celina e depois de alguns meses de namoro acabaram por se casar. Todos diziam que eram um casal admirável. E por um tempo eram mesmo, mas com o tempo Joraq precisou sair mais e mais em missões enviadas pelo rei e via Celia poucas vezes no ano. Mas em uma dessas vezes, a adorável mulher engravidou, e o soldado só ficou sabendo da novidade quando já estava no sexto mês de gravidez. E claro, como todo o pai naquela época ficou todo animado, tendo certeza que era para nascer um menino que levaria o seu nome e seu poder. Os últimos três meses foram muito difíceis, mas Joraq fez o possível para permanecer ao lado da esposa. Ajudando a mulher em tudo o que ela precisava e mimando muito tudo, sempre gritando pela casa que seu menino estava vindo.
A decepção porem veio logo em seguida, quando Celia deu a luz a uma menina. Tão branca como a neve e cabelos tão loiros como ouro. Joraq não podia acreditar quando viu a criança e passou os próximos dois dias se lamentando pelo "má sorte" na taverna local.
Celia não estava tão triste com o ocorrido. Não era o menino que o pai esperava mas era forte, saudável e muito bonita. Com certeza iria dar muito trabalho no futuro. E ela sabia que com o tempo, o marido ia acabar apreendendo a ama-la. "Luz", esse era o nome que ela tinha escolhido e ia sugerir ao marido quando ele parasse de fazer birra e voltasse para casa.
Até que numa certa tarde o homem voltou e entrou dentro de casa cheirando a bebida forte. A mulher preocupada com o estado do marido, deu um banho nele  e trocou suas roupas antes de qualquer coisa e o botou para dormir.
Na manhã seguinte quando acordou, ela simplesmente fingiu que nada tinha acontecido e deu bom dia com toda a felicidade do mundo. Mas o marido não estava nada contente.
A mulher resolveu arriscar e disse que chegou a hora de escolher o nome da criança (apesar de já ter ela mesmo escolhido um perfeito que ela gostava e iria insistir nesse, mas queria ouvir uma sugestão do marido primeiro).
O homem respirou fundo, olhou para o pequeno ser no colo da mulher e respondeu. O nome dela vai ser Unuth".
"Que horror, gritou a mulher". Esse nome literalmente na linguagem antiga seria traduzido como inútil.
Unuth, é isso que ela é, disse o homem.
"Não, falou a mulher, vai ser chamar Luz, Já me decidi"
"Faça o que quiser" Disse Joraq levantando-se "Vou sair em missão de novo,  talvez um ou dois meses"
Celia não podia acreditar no que ouvia. Ele sabia que ele não queria uma menina mas isso era demais. Como ele podia sair e deixar ela sozinha quando o bebe era tão pequeno assim. Mas o homem não quis ouvir nada e ignorou o choro da esposa. Apenas pegou suas roupas e saiu.
E foi assim, Luz cresceu criada apenas pela mãe. E um pai ausente que passava a maior parte do ano fora e aparecia uma vez ou outra.
Eles tentaram ter outro filho, claro, mas sem sucesso. E com o tempo, até o amor que a pequena tinha pela mãe foi esfriando. Celia culpava a menina pela ausência do pai. E a garota percebia.
Ela era doce e gentil como a mãe. Mas também era forte e corajosa como o pai, e vivia dizendo que queria ser uma guerreira quando crescesse e proteger os mais fracos. Mas a mãe nunca aprovava e gritava com ela sempre que dizia essas coisas.
Em uma noite ouvi-se um barulho na porta. O pai havia chegado e a menina foi correndo recebe-lo (já que fazia meses desde a ultima aparição dele).
Mas a não foi uma boa recepção. Ele fedia a bebida forte novamente e estava visivelmente embriagado.
Sua mãe tentava conversar com ele, mas ele não parecia querer conversar e acabou agredindo a esposa que caiu no chão horrorizada. Luz sabia que isso já havia acontecido antes. Mas a pedido da mãe ela ignorou o fato da primeira vez. Mas agora, vendo isso acontecer na sua frente não teve escolha.
Seu coração se encheu de uma mistura de raiva, ódio e medo e ela partiu para cima do pai empurrando-o. O que ela não esperava é que acabasse jogando ele tão forte contra a parece que quase o matou.
Ela olhou para as próprias mãos e as viu rodeadas por uma névoa negra meio arroxeada. Ela se sentia diferente, mais forte, mais poderosa. E ao olhar para o espelho, viu seus olhos estavam vermelhos e seus cabelos tinham se descolorido um pouco. "A marca das sombras". Olhou para a mãe que estava horrorizada e para o pai caído no chão que também o olhava com indignação. Ou algo parecido, ela não distinguiu bem na hora, já que o homem estava bebado e ferido demais para se manter em pé.
Ela sabia o que isso significava, ninguém falava dessa possibilidade, mas ela sabia como os manipuladores de sombra eram tratados. Ela já viu o preconceito que eram vistos antes e sabia que a partir desse dia sua vida nunca mais seria a mesma e com lagrimas escorrendo pelo rosto correu para as florestas e por la ficou o resto da noite chorando.
No dia seguinte tentou voltar para casa, mas foi expulso pela mãe que a chamou de monstro e disse que era uma praga na vida dela.
Luz nunca mais foi vista depois disso. Passou a viver nas florestas se alimentando da agua dos rios e do fruto das arvores, sem coragem de olhar para outro ser humano novamente. Acabou adotando o nome que seu pai havia dado para ela originalmente, Unuth, pois agora, acreditava que não teria palavra melhor para descreve-la.
De vez em quando um jovem padeiro que ela conheceu certa vez na cidade e que descobrira onde ela vivia deixava um ou outro pão para ela. O que ajudava a não morrer de fome. Mas mesmo assim ela evitava falar com ele com medo de que as pessoas o odiassem também.
Depois de alguns anos vivendo dessa forma, Unuth acabou esbarrando em um homem bondoso no meio da floresta. Ele se chamava de o Mago, e assim como ela, era um manipulador das sombras. Mas para a surpresa dela ele mostrou que também podia controlar a luz. Isso a encheu de esperanças, pois até então acreditava que depois de despertar um dos elementos era impossível despertar o outro. O bom homem falou de um lugar onde ele poderia ensina-la se quisesse. Uma floresta para pessoas especiais perto de Atrox e que ela receberia ajuda la.
Cheia de esperanças e com felicidade novamente em seu coração Unuth seguiu o Mago por uma longa viagem que durou dias e dias intermináveis. Pelo menos para o mago. Pois a pequena jovem foi falando o caminho todo. Como se tudo que não pudesse ter falado em todo esse tempo sozinha na floresta ela estivesse botando para fora agora.
O tempo passou. E Unuth cresceu nas florestas ocultas até os 16 anos. Rodeada por amigos e pessoas que assim como ela tinham sofrido preconceito por suas diferenças.
Um certo dia, um outro jovem chegou a aquele lugar. Com cabelos prateados e olhos vermelhos ela logo soube que tipo de pessoa ele era. Um manipulador de sombras. E como um conto de fadas que ela sempre lia nos livros, ela se apaixonou a primeira vista por ele.
Seu nome era Zoroak e apesar de terem tido vidas muito diferentes eles tinham uma conexão especial. E com o tempo acabaram e se tornando melhores amigos ou... algo mais.
Certo dia, Zoroak falou sobre seu desejo de deixar a floresta e ajudar manipuladores de sombras e mostrar um novo caminho.
A jovem adorou a ideia. E mesmo parecendo um pouco maluca, era o tipo de coisa que ela sabia que precisava ser feito.  E assim, depois de pedir permissão ao mago e se despedir de seus amigos na floresta os dois partiram sozinhos pelo continente. Um sempre ajudando o outro.
Mas, não foi o conto de fadas que ela esperava. Os manipuladores de sombras não queriam ser ajudados. Queriam continuar no seu sofrimento e fazer as pessoas sofrerem com seus poderes. E Zoroak ficava muito abalado com isso. E era muito difícil acalma-lo as vezes.
Certo dia, os dois se deparam com um poder antigo misterioso que os atraia. Os cinco anéis das sombras com poderes especiais. Que usaram para tentar melhorar suas vidas e a dos outros a sua volta. Pelo menos esse era o plano inicial. Mas com o tempo Zoroak começou a usa-los apenas para beneficio próprio e para se divertir. Juntos, criaram uma nova raça, uma tribo feita de goblins de pano, que ganharam vida graças ao poder dos anéis. Eram criaturas fantásticas, espertas e dificilmente se abalavam com algo, apesar dela saber que tinha um pouco de maldade em suas ações de vez em quando. Talvez por conviverem demais com o criador deles.
Com o passar do tempo a jovem foi percebendo que Zoroak não era mais o mesmo. Estava frio e parecia estar gostando de usar o poder dos anéis para ver as pessoas sofrerem.
No começo ela não ligava de usar o anel para se vingar de um idiota ou outro que os incomodava ou fazia alguma maldade. Mas parece que agora o garoto tinha adquirido uma paixão pelo sofrimento alheio.
Ela tentou conversar com ele, tentou acalma-lo e lembra-lo da pessoa gentil que ele era, mas nada parecia adiantar. E o garoto pela qual ela se apaixonara estava cada vez mais distante.
O caminho mais fácil para ela no momento era cortar laços e se afastar. Ela chamou ele para uma conversar e disse que precisava de tempo longe dele, dos anéis, dos goblins e tudo isso.
Zoroak entristeceu-se, disse que iria mudar. Mas ela não caia nessa e disse que se quisesse mudar teria que provar isso para ela.
Os dois seguiram caminhos separados, mas para não deixa-la sozinha deu de presente o anel da vida e disse que quando ela precisasse conversar poderia criar um boneco de pano dele e dar vida usando o anel.
Unuth aceitou o presente e partiu em uma viagem sem fim pelo continente. Ela não era mais uma criança para se esconder nas florestas e chorar, ela sabia se virar agora. E também não queria voltar para as florestas ocultas. Não ainda.
Foi difícil viver sozinha agora, depois de tanto tempo viajando com Zoroak ela estranhava essa nova vida. E depois de algumas semanas, começou a se perguntar se tinha feito a escolha certa. Ela acabou indo parar em uma pequena cidade próxima a cidade Lux. Onde o povo parecia simpatico a principio. Mas logo que perceberam que ela era diferente começaram a olha-la com desprezo, se recusando ate mesmo a vender pães ou alugar um quarto numa estalagem que visivelmente estava vazia.
Ela estava acostumada com o tratamento, mas ainda assim seu coração se entristeceu. E começou a sentir saudades de seus antigos amigos e sua antiga vida. Ela sabia que se procurasse Zoroak ele a aceitaria de volta com braços abertos e beijos calorosos. Mas queria provar para ele e para si mesma que era capaz de se virar sozinha.
Depois de tanto andar meio a floresta a procura de frutas ela acabou indo parar num pântano cheio de lodo.
Um lugar no meio do nada escondido no meio das árvores. Ela já tinha ouvido falar daquele lugar. Diziam que o lodo daquele lugar tinha poderes curativos. Mas o lodo cheirava tão mal que ela não tinha coragem de experimentar.
Seu coração estava triste e ela sentou para descansar um pouco. Tudo o que ela sentia agora era saudade. Dos amigos na floresta, do mago e do jovem de cabelo prateado. E envolto em pensamentos adormeceu.
"Ola. Quem é voce?"Ela ouviu alguém perguntar.
Se levantou rapidamente, pegou a adaga que sempre carregava consigo e olhou para todos os lados a procura da voz misteriosa. Mas não encontrou.
"Aqui em baixo" Disse a voz. E ela se virou para o baixo.
Até que percebeu o que tinha acontecido.
No meio da grama tinha um enorme pedaço de lodo com um pequeno olho no meio que estava se mexendo observando ela.
De alguma forma ela tinha ativado o poder do anel da vida e dado vida aquele pedaço de lodo.
Bom, pensou ela. Pelo menos agora tenho com quem conversar.
Guardou novamente a adaga e se agachou novamente para falar com a criatura.
A conversa fluiu normalmente apesar das diferenças. A criatura apesar de nascer sem saber de nada basicamente, aprendia muito rápido. E conseguia facilmente arrancar risadas da jovem garota. E rapidamente os dois se tornaram amigos.
Ela começou a chama-lo de José em homenagem ao seu antigo companheiro de viagens. José Slime. Ele adorou o nome e passaram o dia conversando.
Unuth começou a olhar o lugar com outros olhos e com o tempo acabou por ter uma ideia meio louca. Assim como Zoroak tinha criado uma tribo inteira de goblins de pano, ela iria criar uma tribo inteira de slimes.
Então, tomando coragem, mergulhou a sua mão com o anel no lago de lodo do pântano, que em pouco tempo, começou a brilhar e a se mexer. Então, foi se separando em pequenos pedaços, mais ou menos do tamanho de José e rapidamente começara a andar e falar.
Foi muito reconfortante ver a cena e as pequenas criaturinhas se mexendo. Unuth, obviamente não tinha capacidade para criar todos os nomes de cada um. Então começou com nomes simples com Jorge, Fred... e acabou com nomes como Slime Padeiro, Slime Mestre e Slime verde purpura.
Os slimes eram rápidos e muito inteligentes. E por alguma razão estranha tinham alguns poderes especiais que nenhuma outra criatura que ganhou vida com esse anel tinha antes. Podiam mudar de forma, se mover extremamente rápido e alguns até manipular os elementos.
E graças a isso, ao invés de construir um simples acampamento como fizeram os goblins de Zoroak, os slimes conseguiram criar em poucos dias uma cidade inteira adaptada para eles.
E com o tempo, essas criaturinhas acabaram até mesmo fazendo amizade com os humanos que habitavam a pequena vila ao lado e os ajudavam em construção, negócios e outras coisas.
Mas claro. Como tudo o que é bom dura pouco Unuth não conseguiu aproveitar muito a companhia dos seus novos amigos. Certo dia um slime que tinha ido para a cidade ao lado trouxe para ela um jornal com noticias sobre Atrox e a misteriosa maldição misteriosa que deixou todo mundo sem falar ou ouvir nada.
E sem pensar duas vezes ela pegou suas coisas, sua adaga, suas roupas e José e correu para Atrox para tentar impedir seu antigo amigo de fazer algo estupido, se ainda não tivesse feito claro.

Garon
O jovem Garon sempre foi um ótimo guerreiro desde cedo. E graças as suas habilidades, se tornou um soldado de Atrox quando tinha apenas 17 anos e aos 19 já era um sargento de confiança do rei Aurix.  Em diversas ocasiões, o rei designava Garon como protetor da sua neta, a princesa Mercedes em viagens diplomáticas pelo reino ou caminhadas breves pelos campos da cidade. E estava sempre próximo dela para protege-la e ajuda-la em tudo o que precisava.
Mercedes por sua vez gostava da companhia do jovem de cabelos negros, apesar de ser bem calado e tímido na maior parte das vezes. E com o tempo essa amizade se transformou em paixão.
Aurix apoiava completamente o namoro dos dois. Mas seu filho Atonis que era pai de Mercedes não estava tão feliz assim, já que queria casar a filha com o jovem príncipe herdeiro do trono de Lux Astorn.
Atonis acabou aceitando o relacionamento por insistência do pai. Mas não gostava muito de Garon por ele ter vindo de uma familia humilde e sempre dava um jeito de deixar Mercedes sozinha com algum outro principe  de outro reino e dava indiretas dizendo que Garon não seria um bom rei.
O tempo foi passando e Aurix estava cada vez mais velho. Afinal, já estava no trono a quase 50 anos. E numa fria noite de inverno, deitou em sua cama e não acordou mais. Aurix não teve tempo de ver o pessoalmente o casamento da neta, mas disse várias vezes antes te-lo visto usando o poder secreto do Quartzo de Metal.
A pedra além de dar poder de manipular todo tipo de metal para quem a tocasse, também permitia breves vislumbres do futuro para o seu portador. E utilizando esse poder o rei Aurix acabou com muitas guerras antes de começarem e criou poderosas armas que deveriam ser utilizadas futuramente para vencer batalhas especificas.
Apenas o Rei de Ferro poderia usar esse poder e Atonis almejava o dia em que herdaria o trono e esse poder especial que vinha junto com ele. Mas pouco antes de se pai morrer, ele deixou uma mensagem ao filho dizendo para ninguém mais usa-lo sem explicar o motivo.
Atonis se revoltou mas por algum tempo acatou a ordem do pai. Pouco tempo depois ele foi coroado rei e ouve uma grande festa e comemoração.  Mas com o tempo, o homem foi mostrando que não era exatamente o que o povo esperava. Muita coisa que Aurix tinha feito anteriormente ele desfazia. Aumentou os impostos sobre o povo, começou discussões sem sentido contra seus aliados e até mesmo cancelou o casamento da filha com Garon que já estava até com data marcada.
O jovem, porém irou-se e desafiou o rei diante de todo o povo. Isso foi uma afronta que Atonis não pode recusar. Então anunciou que a mão da filha, iria ser dada ao vencedor do próximo torneio de Atrox e que faria questão que todos os melhores pretendentes e nobres de todo o reino participassem.
Garon aceitou o desafio e disse que venceria qualquer um pela mão da jovem que ele amava.
Mas Atonis era ardiloso e conhecia bem Garon. Ele sabia que tinha uma chance de ele vencer cada um dos competidores em combate então preparou um desafio completo.
Disse que aquele que iria se casar com sua filha tinha que ser um governante completo assim como seu pai era. Então o torneio envolveria provas físicas, intelectuais e artesanais.
Garon não se abalou e encarou o desafio. O jovem príncipe Astorn estava envolvido. E apesar de ser com ele que o rei queria casar a filha, Astorn não ousaria se envolver com o amor verdadeiro dos dois e muito menos contra algo que já tinha sido decretado certo pelo próprio Aurix a quem todos respeitavam. E assim como muitos outros participantes, sempre que podia dava um jeito de "se descuidar" e acabar perdendo a competição de propósito.
Não teve jeito, Garon foi o vencedor e o casamento aconteceu. E durante vários meses Atonis teve que aturar o novo genro e conviver com ele no palacio todos os dias.
Garon então recebeu o poder de manipular metais e aprendeu rápido a como usar esse poder. Foi o primeiro entre todos os antigos reis e príncipes que conseguiu usar essas habilidades em batalha.
Mas a paz durou pouco. Houve uma revolta nas montanhas e alguns dragões que ali viviam resolveram atacar  a cidade de Zorah. Foi uma batalha difícil e o rei do Ar que governava aquela cidade pediu ajuda a seus aliados mais próximos, incluindo Atrox.
Atonis viu isso como uma oportunidade de mostrar que era um rei forte e se prontificou a derrotar os dragões. Mas ele queria que fosse espetacular igual seu pai fazia antes. Se pudesse achar um jeito de vencer essa guerra sem precisar lutar seria até melhor.
Então desobedecendo as ordens do pai, Atonis usou o poder do Quartzo para tentar ver o futuro dessa batalha. Mas o resultado não foi como o esperado e o poder da pedra foi demais para o rei. Consumindo a sua mente e destruindo o seu ser, o poder o deixou em estado vegetativo, imóvel sem conseguir falar ou se mover. Preso pelo resto da vida em visões intermináveis do futuro.
O rei foi achado horas depois caído ao lado da pedra e logo foi levado aos melhores curandeiros de todo o reino. Mas ninguém conseguiu desfazer o que foi feito e muitos disseram que o melhor seria mata-lo e acabar com o seu sofrimento. Mas a princesa jamais permitiria tal barbaridade.
A guerra só ia piorando cada vez mais e Atrox precisava de um líder. E foi a vez de Garon assumir esse posto. Liderando o exército de Ferro para as montanhas, o jovem rei conseguiu resolver esse conflito apenas negociando com as feras que ali viviam. Criando um tratado de paz e ajudando os dragões de vez em quando, mesmo que muitos não gostassem disso.
Garon governou Atrox por longos anos e foi sempre lembrado como um rei forte e justo. Restabeleceu o reino a como era antes de Atonis assumir, fez novas alianças com reinos além do continente e junto com sua esposa Mercedes teve dois fortes e valentes filhos. Um garoto chamado Eric e uma princesinha chamada Elizabeth.

Elizabeth
Muitos dizem que a jovem princesa de Atrox é a maior artesã de todo continente e muitas vezes tem o seu trabalho comparado com o do seu próprio bisavô Aurix. E com apenas 12 anos de idade ela já construía maquinas complexas, armas poderosas e  vários instrumentos que facilitavam a vida cotidiana do povo.
Sua maior criação foram grandes marionetes de metal que eram controladas pelo poder da "marca de Metal". Eram fortes e poderosas o bastante para serem utilizadas em construções, transporte e até mesmo batalhas. E se baseando no trabalho dela que 200-300 anos depois surgiriam os primeiros rôbos no continente.
Passava maior parte do seu tempo livre em sua oficina no palacio construindo maquinas. Mas sempre sobrava algumas horas para sair para se divertir com os amigos  e família. Gostava de andar a cavalo, voar nas maquinas de sua família e andar pela cidade para comprar novas peças e bugigangas. Principalmente se o príncipe José estivesse por ali.
José e Elizabeth sempre foram muito amigos desde crianças. E sempre sempre tiveram uma forte ligação. E com o tempo enquanto foram crescendo um sentimento novo surgiu entre os dois.
Elizabeth era bonita e sempre teve muitos pretendentes mas seu coração sempre pertenceu a seu amigo de infância. José era o único que a entendia e conversava com ela de igual para igual. E não ligava dela estar toda suja de graxa o tempo inteiro e com o cabelo e roupas bagunçadas.
Não poderia haver uma união melhor. José era o herdeiro ao trono de Lux amado por todo o povo e essa seria a oportunidade perfeita de unir as duas famílias.  Então o pedido de casamento foi aceito com muita alegria por suas famílias.
Estava tudo planejado. A jovem sonhava com isso a bastante tempo e já tinha tudo em sua cabeça, a decoração, as luzes e até já tinha desenhado o vestido que usaria em sua festa.
Porém o inesperado aconteceu. Em uma de suas viagens, o príncipe acabou perdendo um de seus melhores amigos e também mentor e isso mexeu muito com ele. Mexeu tanto que acabou despertando a marca das sombras e claro, acabou mudando completamente o rumo de tudo.
Seus pais assim que descobriram, trancaram a jovem em seu quarto e a proibiram de ver seu noivo. O rei Garon foi pessoalmente a cidade Lux para falar com José e desmarcou o casamento. Disse coisas horríveis a ele e o proibiu de pisar no reino de Atrox novamente. Inclusive mentiu dizendo que a própria princesa detestava o que ele tinha se tornado e que não queria vê-lo nunca mais. E poucas semanas depois, ouviu-se a noticia de que José estava morto.
Elizabeth não podia acreditar no que estava acontecendo. Parecia um pesadelo que não acabava nunca. Ela passava o dia deitada em sua cama e desde aquele momento nunca mais tentou construir nada com as próprias mãos.
Sua família e todos os criados do castelo tentavam alegra-la de alguma forma mas era tudo em vão, a dor da perda tinha sido grande demais.
Meses se passaram e as coisas foram melhorando. A princesa decidiu seguir em frente, ela precisava seguir em frente. Precisava de novos ares longe do castelo já que tudo ali a lembrava do que havia perdido.
Então pegou suas coisas mais importantes e se mudou para o palacio de Godres por sugestão da rainha sua mãe. Um lugar pacifico e agradável, cercado por bons amigos de infância e alguns parentes distantes.
E foi la que ela foi aos poucos recobrando a vontade de viver novamente. Seu amigo Horacio o príncipe de Godres a ajudou muito a se recuperar, sempre fazendo brincadeiras para faze-la sorrir.
Certa vez, seu irmão o príncipe Eric que havia fugido de casa anos atras, fez uma visita para ela no palacio de Godres entrando secretamente em seu quarto vestido como empregado. Os dois conversaram durante horas e isso a ajudou muito a superar o que havia acontecido e seguir em frente.
Com o tempo Elizabeth resolveu dar uma nova chance para o amor e acabou se casando com Horacio.
Não ouve festa nem nada parecido com isso. Nem mesmo foi anunciado para o povo que a princesa estava se casando. Ela não se sentia totalmente recuperada para tentar algo assim de novo. Mas só um banquete junto de sua família e a de seu noivo já foram o bastante para alegrar o coração da princesa.
Elizabeth e Horacio viveram juntos em Godres por um bom tempo e não voltaram a Atrox até o dia em que o reino realmente precisou da ajuda deles.

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